terça-feira, 10 de junho de 2008

A Senhora Aimée


Fito os olhos que não devolvem reflexo
Renda de névoa
Iluminura de catarata
Que veste a córnea
Da tela opaca

Cruzo a sala do museu
Sob a severidade do olhar que se oculta
E pervaga o tempo


Ancorada em 1945
A Senhora Aimée censura

Os caninos escuros
A língua mordida entre lábios
A mancha de caneta nos meus dedos
Que vincam no papel
A sua caricatura

2 comentários:

Vanz disse...

Querido, tuas palavras tocam como veludo.

beijos, bastante.

Anônimo disse...

Já disse mais de uma vez, eu sei. Mas nunca é demais repetir: você é meu escritor predileto.
Queria ter casa pra convidar você e j. para um jantar.
Bjos