"lá fora faz muito frio"
(diana)
Durmo quase 16 horas seguidas e sigo com olhos ardendo manhã adentro. Preparo-me com medidas de segurança para enfrentar rigores. Eu deveria ter torcido para me barrarem na porta, mas agora já desci até o subsolo dos fatos. A vida não tem facilitado e por detrás do recorte das portas nem sempre eu encontro um quarto ou a rua - às vezes é só outro lance de escadas.Precisamente andei fugindo por tanto tempo do abraço certo, dentro da camiseta certa. Mas há uma aflição específica quando arranho seus lábios com a minha barba espetada. Há uma corrente elétrica de baixa voltagem e alta amperagem carregando minha aflição por meio da sucção, do palavrão susssurado com calor e ternura, do beijo, da mão que me faz refém entre as minhas coxas. Apertado contra você, faço de conta que tenho a voz rouca. Embaixo do chuveiro, finjo que estou chorando. Dias depois, sozinho no quarto, olho uma polaróide de quase dez anos e a imagem vai se desvanecendo, se desrevelando sobre uma névoa, branca, mas persistem meus olhos vermelhos como nessa manhã de abril.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
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