quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Novena - Agnes

Não consigo escapar deste destino. Mais uma vez me salvei, mais uma vez nada me foi pedido em troca da graça alcançada. Ainda assim eu sei que devo pagar penitências ou louvores. Sinto medo de tocar a água e que ela se transforme em vinho. Sou hoje fecunda e outra vez virgem. me olhei no espelho e fiquei com medo. Estou doida de jogar pedras. Estou vivendo meu martírio pequenininho dentro do quarto fechado, chuva caindo lá fora. Se eu atender ao telefone, se responder a um e-mail hoje, se abrir a porta, se ceder a um contato qualquer com alguém, ponho tudo a perder. Vou rezar por sanidade. O neném chora no quarto dele. Quando a babá bater à minha porta vou pedir que faça as mamadeiras dele, que tenho gripe forte, imagine, que tenho que ficar longe dele o dia todo. Ficarei aqui olhando pra fora da janela e beijando a medalha milagrosa. Qum sabe à tarde eu consiga tê-lo nos braços?

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